Conversamos com a autora de Ressurreição... A vida, a morte e o renascimento de uma
mulher. Vamos conhecê-la melhor?
Biografia:
Márcia Santana
nasceu na Bahia. Ainda muito pequena, mudou-se para São Paulo com a mãe e os
irmãos. Cresceu em meio a gibis e livros, adquirindo o gosto pela leitura desde
criança. Entre suas formações destacam-se História e Jornalismo, que foram
pontes para desenvolver a pesquisa e a vontade de escrever, hábito que mantém
desde a adolescência. Trabalha com assessoria administrativa, além de dar
palestras sobre desenvolvimento de carreira, relações interpessoais,
preconceitos e comportamentos no mundo corporativo. Apaixonada por Arte e
conhecimento, procura aperfeiçoar a cada dia seu modo de viver e de pensar.
Seus livros são voltados a temas que levam o leitor a refletir sobre o
comportamento diante do ser humano.
Facebook: Márcia Santana
Estamos
aqui entrevistando Márcia Santana, autora de “Ressurreição... A vida, a morte e
o renascimento de uma mulher”, um lançamento de sucesso.
Vamos
às perguntas:
Tudo que me cerca traz a inspiração. Sou
muito atenta às pessoas, lugares, conversas e assim vou armazenando em minha
mente. Quando sento para escrever, faço uma pausa para rever tudo que ocorreu
durante o dia e anoto pensamentos soltos, que posso vir a usar em um texto ou
livro. Acho que tenho mais pensamentos soltos do que contos, em meio aos
papéis, porque nunca jogo fora. A sala onde escrevo também me inspira, em meio
aos livros, com uma boa música.
Minha inspiração e desejo de escrever uma
história com qualidade, rica em detalhes e que prenda o leitor vem da sensação
que muitos escritores me passam. E ainda irei realizar este sonho.
“Ressurreição...” foi um ensaio para ter a percepção do que eu sou capaz de
colocar no papel, para enxergar o reflexo que ele pode causar ao leitor. Um
livro que contem muitas falhas, mas que está abrindo um campo de conhecimento e
ensinamento.
2. Cite três escritores nacionais e três
internacionais que você admira. Que livro e autor você acha que todos deveriam
ler pelo menos uma vez na vida?
Pergunta bem difícil para mim, minha
admiração é vasta. Admiro todos os escritores, só pelo fato de criar um mundo
paralelo às pessoas.
Mas vou citar André Vianco. Gosto do seu modo
de escrever, mantendo sua essência brasileira, sem se intimidar com a
padronização norte-americana.
Também admiro muito Fernando Morais, com seus
livros reportagens e biografias, pela riqueza das pesquisas que faz, para
transmitir ao leitor uma total veracidade dos fatos.
E não posso deixar de citar Machado de Assis,
por sua genialidade, que foi capaz de perpetuar discussões, envolvendo seus
personagens, até os dias de hoje.
Dentre os escritores internacionais cito
Agatha Christie e seus detalhes entrelinhas que nos obrigam a pensar, Ernest
Hemingway por ser conciso e objetivo, obrigando o leitor a usar a imaginação e,
para falar de um da atualidade, William P. Young, porque ele conseguiu falar de
um tema complexo, de uma maneira totalmente desvinculada de crenças religiosas,
tocando na ferida que todo ser humano tem: o perdão.
Há vários livros que considero leitura
obrigatória. Sendo muito injusta com os demais, vou escolher Dom Quixote, de
Miguel de Cervantes, pelas várias leituras que este clássico nos proporciona,
como a sátira aos romances da época, crítica ideológica, comédia, dor, enfim, é
uma combinação de elementos que torna até impossível uma única leitura da obra.
Cada vez que abro este livro, vejo um novo ângulo da história.
3
- O que você acha de seus leitores?
Olha, tenho poucos ainda, mas estes poucos
são de uma atenção tão grande, tão receptiva. Esse contato que a internet nos
proporciona é sensacional. Poder ouvir as opiniões, conhecer um pouco de cada
história, ouvir críticas construtivas é algo maravilhoso. Mas quando eu ouço
alguém falar que meu livro ajudou de alguma forma, eu tenho a certeza que já
valeu a pena ter escrito, mesmo com um público ainda bem restrito. A forma como
escrevi não deve agradar a todos, porque é praticamente um relato, seco,
direto, onde obriga o leitor a criar os detalhes, as cenas. Foi bem proposital
e acho que se explica na última parte do livro esse narrador alheio aos
detalhes. Mas, para minha surpresa, a maioria das pessoas tem gostado da
maneira como foi escrito.
4 - Qual foi o livro que te fez entrar no
mundo da leitura?
Comecei a ler muito cedo, mas lembro que a
coleção Vagalume me prendeu, logo parti para os livros que meu irmão mais velho
lia e nunca mais parei. Entre a coleção Vagalume e Agatha Christie, tive outros
livros em mãos, mas foi ela que me fascinou.
5 - Você tem inspiração ou ajuda de outros
autores para escrever?
Eu me inspiro em todos os autores e pessoas
que admiro na escrita, mas, como sou iniciante, apenas sento e escrevo,
sozinha, tentando um dia, quem sabe, ter à minha frente pessoas do meio
literário que possam me dar dicas, conselhos e ideias. Não sei se funciona
assim, mas seria sensacional realizar este sonho.
6 - Você já se inspirou em alguma música ou
banda para escrever?
Ainda não. Mas too much love will kill you, com o Brian May e Woman in Chains, com
o Tears for Fears acompanharam a construção da Emily.
7 - Você teve alguma dificuldade para
publicar seu livro?
Acho que as dificuldades normais de
escritores iniciantes. Sempre há contratempos e burocracias para tudo. Publicar
um livro não é fácil, num mundo onde as editoras clamam por sucessos prontos e
o público busca apenas por autores famosos. Ter editoras que publicam novos
autores é uma porta que se abre. Essas editoras cobram pela publicação e eu
tinha certo preconceito quanto a isto, mas depois que comecei a estudar o
mercado literário, o preconceito morreu e eu acho louvável ter essa porta
aberta, para que grandes escritores, ainda desconhecidos, possam dizer “ei,
estou aqui!” A Chiado Editora me abriu essa porta e serei eternamente grata a
eles.
8 - Como você lida com comentários negativos
sobre seus livros?
É difícil, não é? Você como escritora sabe
que isso é difícil. Não sei lidar, embora sempre tenha colocado na cabeça que
eles surgirão. Até agora só tive uma leitora que disse não gostar muito do
livro, que achou cansativa e repetitiva a forma como escrevi, mas que não
deixou de se emocionar com a história. Não foi de todo ruim, conversamos
bastante e ela foi muito gentil, inclusive indicou para amigas que passavam por
relacionamentos abusivos. Um comentário negativo desse é bem vindo; a maldade,
comentários irônicos, com desdém, mostrando aos quatro ventos é que machucam.
Também já passei por isto. Fiquei triste, o leitor deveria vir falar comigo,
dar sua opinião, poderíamos ter uma troca de ideias construtiva, mas não veio.
Enfim... Outras criticas virão. A gente vai se fortalecendo.
9 - Se eu fosse para uma ilha deserta eu
levaria...
Livros, músicas e uma pessoa para eu poder
reclamar do calor com alguém e dizer que eu preferia estar sozinha nas geleiras
do Alasca... rs.
10 - Qual o seu livro preferido na
atualidade?
Estou escrevendo um livro sobre racismo,
então minha leitura hoje é focada neste tema. Estou relendo “O Sol é para Todos”,
da Harper Lee, e digo que é um livro preferido, embora não seja da atualidade.
Mas, entre os estudos para meu livro, relaxo tentando colocar minhas leituras
em dia e estou lendo, no momento um livro da Ana Beatriz Barbosa, “Mentes
Perigosas”, que fala das pessoas frias e más que nos cercam e não percebemos.
11- Qual seu maior sonho como escritora?
Que meus livros ajudem de alguma forma, que encantem,
que emocionem, porque escritor é isso: abrir as portas do sonho e da realidade
e propagar este vasto caminho do conhecimento.
12 - Como é a sensação de saber que as
pessoas leem seu livro? Postam fotos nas redes sociais e comentam sobre ele com
os amigos e familiares?
Indescritível. Ainda não me caiu essa ficha.
Quando vejo alguma foto, algum comentário eu simplesmente acho graça, dou
risada. Se eu não conheço a pessoa, agradeço meio encabulada, mas, se conheço,
eu já chamo de louca, não sei lidar muito bem com elogios. Não sei como agir...
rs.
13 - O que te inspirou, qual foi a sua
experiência ao escrever o seu livro? Como surgiram os personagens? Você se
inspirou em alguma pessoa que você conhece?
O livro realmente é um relato direto da vida
de uma pessoa que foi muito próxima a mim. Ela pediu para que eu contasse sua
história e foi o que fiz. Não há um segmento literário, escrevi uma carta para
ser entregue às pessoas. Foi dolorido demais escrever porque tive que buscar na
memória cenas reais, relembrar e ver por vários ângulos alguns acontecimentos,
eliminar a raiva sentida em certas situações que vi e que, na hora, não enxerguei.
Claro que há um pouco de ficção inserida, mas ali está a realidade nua de uma
mulher. Nem todos os personagens são reais, mas procurei características de
amigos nas poucas descrições que coloquei. Eu não quis florear com
coadjuvantes, porque queria centralizar apenas nas mudanças e atitudes de
Emily.
14 – Se o seu livro virasse um filme, qual
seria a música que o representaria?
Como já citei acima, as duas músicas que me
acompanham no livro são: Too much love will kill you, com o Brian May e Woman
in chains, com o Tears for Fears.
Muito obrigada novamente Márcia Santana, você
deseja falar mais alguma coisa para os leitores e seguidores da Lê & Ler.
Apenas gostaria de agradecer a oportunidade e
dizer que a admiro muito como pessoa, e tenho certeza que seus livros serão uma
grande inspiração para mim, no aperfeiçoamento da minha escrita. E para seus seguidores eu peço: leiam o
livro, porque sempre há alguém ao lado que precisa de ajuda, mas não
enxergamos.
Muito obrigada a você, Rita, e a todos que
lhe seguem.
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