O
Filósofo Suicida
Leonardo
de AndradeEm Foco Editora
Alguém já pensou em ser imortal? Mas, alguém
já pensou em como a imortalidade pode ser tediosa, cansativa e dolorida? Pois bem.
Esse livro fala de um “imortal”, Lars Justino, que no final das contas, “cansado”
de sua existência sem fim, das tentativas de acabar com ela, vai buscar a morte,
depois de ver na tv o seguinte anúncio:
“Vendo Verdades. Venha nos visitar na cidade Inferno, sul de Amarelense,
oeste de Mundano, pertinho de Calor."
E lá se vai o Lars, buscando a “verdade”,
chegando à pequena cidade de Abismo, decadente, fracassada, onde sentiu sua
sombra, que era sua alma, ser puxada, o que lhe causou grande susto.
E nessa viagem, nessa louca e delirante busca
por, na verdade, respostas, ele encontra personagens estranhos, engraçados,
remoe fatos de sua longa e cansativa vida, vive “aventuras”, tendo Anna Anedota
a seu lado.
Esse livro me lembrou muito as histórias de O
Mágico de Oz e Alice no País das Maravilhas. E me deixou um pouco confusa,
pensativa em relação à minha própria existência, em como, por vezes, me sinto
cansada de viver.
Não é um livro fácil de se ler. Pelo menos
para mim foi necessária muita reflexão, mas é assim que sou, uma analista da
literatura.
Fiquei particularmente impressionada com essa
passagem:
“- Eu
não sei, Anna. Por tanto tempo, tudo que sonhei foi morrer e finalmente acabar
com esta coisa, esta dádiva que muitos chamam de vida. Busquei fervorosamente a
Verdade. E Verdade não se mostrou...
- Como tu és um bobão, Lars! – Anna riu, abraçando- o
mais uma vez.
- Estou vivendo de tempo emprestado. Quero meu próprio
tempo. E poder saber que um dia fecharei meus olhos ao teu lado, indo junto
contigo na imensidão. O que vai acontecer quando tu fores?”
E entre tantas incertezas Lars ainda encontrou
o amor.
Mas uma coisa o livro deixou bem clara:
“A jornada do herói sempre chega ao fim.”
É... “Mas o que sei eu? Sou apenas um velho
gato, olhando o horizonte, e dormindo em uma tarde serena de verão.”
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