O Garoto do Cachecol Vermelho
Ana Beatriz Brandão
Verus Editora
 Quando
 comecei a ler O Garoto do Cachecol Vermelho tive a impressão, no 
início, de que era mais um daqueles romances onde alguém salva outro 
alguém que está à beira do abismo e iada iada iada. Como nunca me deixei
 levar por primeiras impressões e opiniões alheias, coloquei todo o meu 
foco nesse lindo, maravilhoso e esplêndido livro, que terminei de ler em
 dois dias, mais pelas minhas atividades que interrompiam minhas horas 
de dedicação e por não ter passado muito bem de saúde. 
 A
 história nos fala de Melissa, uma garota um tanto egoísta, muito 
talentosa, que conhece Daniel, um talentoso e dedicado rapaz que usa um 
curioso cachecol vermelho. Comum? Em princípio sim. Garota encontra 
garoto que a irrita e depois se apaixonam. Não, não é só isso. Daniel 
consegue com seu jeito bem humorado fazer com que Melissa comece a olhar
 a vida por outro ângulo e perceber que se achar o centro do mundo, se 
vitimizar, é o que a torna tão infeliz. E ele faz com que ela perceba 
isso ao colocar a questão: Você está infeliz ou você é infeliz?
 Melissa
 tem uma ambição: entrar para a escola Juillard, uma escola de artes nos
 Estados Unidos. Para isso, ela treina muito sua dança. Ela é uma 
bailarina. Entre os treinos, a faculdade e as desavenças com Regina, sua
 mãe, a quem culpa por sua solidão, Mel se envolve em atividades que nem
 sonha participar, desafiada por Daniel: logo no primeiro dia de 
faculdade é levada até a Associação Brasileira de Esclerose Lateral 
Amiotrófica (AbraELA); depois, ele a leva a visitar crianças com câncer e
 assim vai. E suas vidas são modificadas em muitos sentidos e de 
maneiras surpreendentes.
 O
 que me deixou realmente apaixonada por este livro foi a maneira como a 
autora abordou temas tão ligados à caridade e ao amor. Sim, muitos podem
 dizer que é uma utopia, mas se não houver um sonho, um desejo de 
ajudar, para que serviria o ser humano. Além do amor entre Dani e Mel há
 ali um recado para que nós, ditos seres humanos, sejamos menos egoístas
 e nos amemos mais.
 Um
 dos momentos que mais tocaram minha alma foi a apresentação de final de
 ano na faculdade, onde Mel colocou todo seu coração em uma linda e 
comovente homenagem a Daniel.
 Não
 posso e não devo falar mais nada. Gostaria que você lesem este livro, 
não apenas porque indico, mas porque se sentem curiosos a respeito dos 
passos a serem dados por todos aqueles que desejam ultrapassar uma 
existência fria, inútil e insípida. Leiam com o coração!
 "Spirit, lead me where my trust is without borders"

